" Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem de ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta...

PEDRAS NO CAMINHO? GUARDO TODAS, UM DIA VOU CONSTRUIR UM CASTELO."

Fernando Pessoa

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Somos iguais, diferentes



Vou-vos contar uma história

De um pequeno trevo que nasceu diferente

Em vez de três folhas
Tinha quatro e um coração carente
Toda a gente olhava com desprezo
Sem coragem para o encarar
Estava triste por não ter amigos
Com quem brincar

Somos iguais, diferentes Não nos interessa, o aspecto Queremos que o mundo inteiro dê ao trevo muito afecto Somos iguais, diferentes Não nos interessa, o aspecto Queremos que o mundo inteiro dê ao trevo muito afecto

O único amigo que lhe dava atenção
E carinho era o vento
Os outros que olhavam
Sem um gesto nem uma palavra
Dói por dentro
Mas um dia passou um menino
E abraçou o trevo com paixão
Há certos gestos que não têm preço
"o dar a mão"

João Portugal

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Alguns exercícios...



 Olha como fico lindo de cabeça erguida na bolona!!!!!

 Tia Camila e minha bolona....

 Na piscina com papai....






terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Hoje!!! Aniversário do Matheus....




Hoje foi um dia em que vários sentimentos em mim se passaram, senti amor pelos meus amores, senti saudades da minha barrigona do ano passado, senti raiva, mágoa, enfim não gostei de relembrar meu tão esperado parto. Sei que hoje, completam 12 meses de luta quanto ao nosso presente... só de pensar os olhos enchem de lágrima em saber que tudo era prá ser diferente... ou não.....
Dia hoje, 22 de Fevereiro, que registra profundamente em meu peito a palavra AMOR INCONDICIONAL.....
Só quem passa sabe do que estou falando...
PARABÉNS AO NOSSO PEQUENO... QUE DEUS O CUBRA DE LUZ E SAÚDE.... E NOS CUBRA DE FORÇA E SABEDORIA;
SABEDORIA PRA ACEITAR O QUE NÃO PODEMOS MUDAR E FORÇA PRA LUTARMOS E MUDARMOS O QUE PODEMOS MUDAR
 UM GRANDE BEIJO AO NOSSO AMOR INCONDICIONAL!!!!!!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Método Cuevas Medek Exercises..



Definição

O Método Cuevas Medek Exercises (CME) é uma abordagem fisioterapêutica utilizada para crianças que possuem alteração no desenvolvimento motor causado por síndrome não degenerativa que afeta o Sistema Nervoso Central.

Esta terapia pode ser aplicada a crianças a partir de 3 meses de vida até que elas atinjam o controle da marcha independente. Como os terapeutas que utilizam o Método CME precisam expor à criança a influência da força da gravidade, através do progressivo suporte distal, o uso desta terapia pode ser limitado pela altura e peso da criança.

O Método CME foi criado e desenvolvido por Ramón Cuevas, fisioterapeuta chileno, durante a década de 70, em Caracas, Venezuela.

O princípio fundamental do CME é baseado no fato de que crianças que possuem comprometimento no seu desenvolvimento precisam reforçar seu potencial de recuperação natural. Esta propriedade do Sistema Nervoso Central continua a propulsar o processo de desenvolvimento mesmo após a seqüela ter se instalado.

A reação natural do "potencial de recuperação" isoladamente, não pode tirar a criança da situação de desenvolvimento motor anormal. Por isso é crucial iniciar a terapia motora no momento da detecção dos primeiros sinais de atraso na função motora.

O nível final de independência motora alcançado pela criança irá depender dos seguintes fatores:

  1. A detecção precoce da alteração no desenvolvimento motor.
  2. A existência do potencial de recuperação cerebral.
  3. A aplicação no momento correto de uma abordagem significante de terapia motora.
  4. A execução constante de exercícios apropriados até se atingir o total controle motor.

Ramón Cuevas

Ramón Cuevas é fisioterapeuta e criador do Método de fisioterapia CME.

Ramón graduou-se em fisioterapia na Universidade do Chile em 1969. Em 1971, começou a desenvolver a abordagem CME e culminou com sua criação em 1976, apresentado em um artigo intitulado Método Dinamico de Estimulación Motriz (MEDEM) no 4th Congresso Internacional da Associação Americana de Deficiência Mental, na Washington University, Washington D.C.

Em 1973, Ramón Cuevas participou da criação do primeiro centro de Intervenção precoce em Caracas, Venezuela.

Ele tem mais de 35 anos de experiência no tratamento de crianças com disfunção neurológica e músculo-esquelética.

Ramón ensina estudantes e profissionais em todo o mundo e tem participado de conferências na América do Sul e Estados Unidos.

Em 2000, Ramón Cuevas estabeleceu o Programa de Educação Continuada de Cuevas Medek Exercises (CMECEP- sigla em inglês) com o objetivo de aumentar o nível de qualidade dos cursos de CME para profissionais que trabalham com reabilitação pediátrica.

Ramón Cuevas tem publicado numerosos artigos e tem participado de publicações de livros de pais com este assunto.

Ramón Cuevas vive e atende em seu centro em Santiago, Chile, viaja pelo mundo para ensinar CME pessoalmente, com o objetivo de dividir com os participantes a evolução mais recente da terapia CME.


Carta do autor

Somente terapeutas que possuem certificação registrada no Programa de Educação Continuada de Cuevas Medek Exercises (CMECEP) possuem permissão para aplicar CME.

Não existe nenhum curso aprovado de CME sem a participação de Ramón Cuevas.

MEDEK e CME são propriedades intelectuais registradas por Ramón Cuevas.


Características

  1. Provocar o aparecimento de funções motoras automáticas ausentes.
  2. Cooperação e motivação da criança não são requisitos na terapia CME.
  3. Expor a criança à influência natural da força da gravidade com progressivo suporte distal.
  4. Manobras de alongamento são integradas na terapia CME.
  5. Tônus muscular aumentado em extremidades não são obstáculos para se estimular o controle postural em pé.
  6. Um período de triagem é proposto para se demonstrar resultados a curto prazo da Terapia CME.

Avaliação

O Método CME possui um protocolo de avaliação próprio composto de 41 itens.

Na avaliação serão realizados testes para se verificar o estágio motor da criança, sendo avaliado desde controle cervical até marcha independente.

No IMPDor, a avaliação dura em média 90 minutos e é composta pelo protocolo de avaliação CME, além da entrevista com o responsável e avaliação geral da criança. A avaliação é de fundamental importância para que se possam traçar os objetivos terapêuticos. Conhecer a rotina da família, a rotina da criança, as preferências da criança, além dos aspectos motores nos possibilita tratar a criança de forma global. Na avaliação os responsáveis deverão trazer todos os exames relevantes, assim como os relatórios hospitalares e terapêuticos e deverão vestir a criança com roupas confortáveis.


Exercícios

O CME possui mais de 600 tipos de exercícios. Cada exercício representa um desafio biomecânico particular para a criança. Cada exercício de fisioterapia demanda uma resposta ativa da criança e a escolha do exercício sempre estará diretamente relacionada com o potencial de reação dela. A porção de "arte" da terapia CME depende da habilidade do terapeuta CME em escolher e aplicar uma boa seqüência de exercícios durante a sessão de fisioterapia, com o objetivo de "provocar" novas reações espontâneas posturais funcionais.

A porção "científica" da terapia CME reside no emergir de novas respostas do cérebro imaturo.

A terapia CME propõe um período de prova de 8 semanas de tratamento diário para se provar que este programa de terapia pode ajudar a criança a progredir. O objetivo principal deste período de 8 semanas é alcançar pelo menos 3 dos objetivos propostos na avaliação.

Utilizando estes 3 objetivos como critério, os pais terão um método concreto de avaliar a efetividade da abordagem terapêutica utilizada com seus filhos. A terapia CME é a única abordagem terapêutica comprometida com estes princípios de efetividade.


Equipamentos

Conjunto de caixas especiais

Este conjunto de caixas especiais é utilizado para aplicar a terapia CME assim que a criança tenha condições de se manter de pé apoiada pela coxa. As caixas possibilitam ao terapeuta e aos pais todas as possibilidades biomecânicas funcionais para estimular todo o espectro das reações de estabilidade em bípede e as respostas de equilíbrio.

O equipamento é composto por:

Três caixas com as mesmas medidas, uma caixa alta, uma prancha quadrada, um cubo e uma barra.

Sabendo como tirar vantagem do material CME, a criança poderá ser estimulada dinamicamente para se aprimorar a sua estabilidade em bípede, equilíbrio e controle da marcha. Este conjunto permite ao terapeuta realizar exercícios de forma segura e ergonômica, pois a sua execução acontece dentro do alcance do terapeuta.

Exercício na mesa

Esta mesa com medidas especiais é útil e necessária para realizar o tratamento de crianças desde os exercícios de controle cervical até o momento em que elas sejam capazes de se manter firmemente em bípede auxiliadas pelos tornozelos.


Contra-indicação

Existem algumas contra-indicações para se receber a terapia CME:
  1. Doenças degenerativas.
  2. Osteogênese Imperfeita.
  3. Epilepsia não controlada.
  4. Bebês menores de 3 meses, exceto para terapeutas CME II e CME III.
  5. Qualquer terapeuta que não possua formação em CME assinada por Ramón Cuevas.
  6. Seguir informações passadas por profissionais não graduados em CME.

Perguntas freqüentes

1. O que é CME?

É uma abordagem utilizada em fisioterapia pediátrica baseada em exercícios dinâmicos desafiadores, que são aplicados manualmente em crianças que possuem comprometimento no seu desenvolvimento motor. Esta abordagem propõe objetivos concretos a fim de se estimular bebês e crianças de maneira segura, começando aos 3 meses de vida até muitos anos após nascimento.

2. Quem criou o Método CME?

O conceito da terapia CME foi criado pelo fisioterapeuta Ramón Cuevas.

3. O que significa CME?

É a sigla composta pelas iniciais da frase em espanhol:
Metodo Dinámico de Estimulación Kinesica (MEDEK). Em português significa “Método Dinâmico de Estimulação Cinética”.

4. Quais as características básicas do CME?

CME provoca o cérebro da criança para produzir respostas posturais automáticas e controle motor funcional.
CME expõe os segmentos corporais à influência da força da gravidade.
CME promove o uso do apoio distal máximo no corpo da criança.
CME desafia o sistema neuromuscular da criança com o objetivo de forçar o aparecimento de funções motoras ausentes.
CME integra exercícios de amplitude de movimento em manobras funcionais globais.
Quadros de hipertonia, espasticidade ou hipotonia NÃO limitam o uso da terapia CME.
Durante uma sessão CME, a irritabilidade emocional da criança é uma reação totalmente aceitável e não é visto como fator negativo para os objetivos da terapia.
O comprometimento intelectual da criança não é limitação ao programa de exercícios.

5. Que tipos de problemas motores podem ser tratados com CME?

Qualquer grau de atraso no desenvolvimento motor causado por:

Paralisia Cerebral.
Hipotonia.
Atraso motor causado por quadro não-degenerativo.

6. Que tipo de avaliação é utilizado em CME?

O protocolo de avaliação foi desenvolvido em 1972 por Ramón Cuevas como um importante componente do conceito original de CME. Durante um período de 4 anos, esta avaliação passou uma experimentação minuciosa como parte curricular do projeto de pesquisa ARYET (auto risco e estimulação precoce). Este projeto foi coordenado por Neumann foundation e Clinic University Hospital em Caracas, Venezuela de 1977 a 1980.

A avaliação CME contem 41 itens desde controle cervical até atividades básicas de marcha e equilíbrio.

7. O que significa período de prova?

Após uma avaliação inicial, alguns objetivos específicos de progressos motores posturais funcionais são estipulados para serem obtidos no “período de prova” do tratamento de 8 semanas. Os pais são encorajados a participar ativamente para o sucesso dos objetivos.

8. Quanto deve ser o envolvimento dos pais no Programa Domiciliar?

O tempo de terapia varia de 30 a 45 minutos. Em bebês pode chegar a 20 minutos de terapia no início do tratamento. A situação ideal seria repetir a sessão duas vezes ao dia com um intervalo de 4 horas ou mais entre cada sessão. De acordo com os recursos da família, a participação dos pais pode reduzir em escala proporcional a intervenção do terapeuta.

9. O que faz CME ser uma escolha útil e efetiva para o tratamento de crianças com atraso?

Primeiramente, os pais devem saber que o único mérito de qualquer terapia é a capacidade de produzir melhoras funcionais na postura e no movimento em um curto período de tempo, pois a melhora a médio e a longo prazo está relacionada à capacidade do cérebro da criança de assimilar, integrar e reproduzir a informação recebida.

Este é um fato cientificamente provado de que o estímulo externo age sobre os sistemas sensorias, originando impulsos que possuem uma influência significativa no desenvolvimento cerebral. Portanto, CME pode ser considerado como uma abordagem eficiente de estímulos externos potentes para o cérebro da criança com atraso.

A terapia CME pode direcionar o potencial de recuperação da criança à melhora funcional máxima, pois em cada exercício, a criança experimenta novas sensações através de posturas e movimentos que ela não pode fazer sozinha e nem através de exercícios de terapias convencionais.

10. Como funciona o programa intensivo para pacientes de fora de São Paulo?

Avaliação do desenvolvimento, para se determinar o nível motor da criança.

Aplicação do programa de exercícios por um período intensivo de 2 semanas. Este programa é aplicado em 2 sessões de 45 minutos por dia para as primeiras 10 sessões. Após este período de estimulação intensiva, a partir do 6º dia os pais serão cuidadosamente treinados para o programa domiciliar. O final do programa será a filmagem para ilustrar com todos os detalhes cada exercício recomendado.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

 
Teoria de Integração Sensorial descreve como o indivíduo desenvolve a capacidade de perceber, aprender e organizar sensações recebidas do seu corpo e do meio para executar atividades voluntárias e significativas. Um importante componente desta teoria é a explicação de Ayres sobre como a criança desenvolve a capacidade de organizar inputs sensoriais.
Ela coloca que, inicialmente, a criança recém nascida experimenta sensações mas não é capaz de dar significado a elas. Durante o caminho da criança para ampliar a percepção de seu corpo do mundo, e durante suas continuadas experiências interativas, a criança começa a dar significado às sensações que ela percebe. Enquanto a criança continua a experimentar vários graus, tipos e combinações de informação sensorial no meio, ela responde produzindo respostas adaptativas: uma resposta com objetivo e intencional que provoca com sucesso uma mudança no meio.
Cada vez que a criança responde de maneira adaptativa seu sistema nervoso armazena a percepção e o conhecimento adquirido a partir desta experiência, utilizando-o para guiar organizações futuras ou diferentes experiências sensoriais e demandas do meio. Quando a criança é capaz de enfrentar com sucesso os desafios de seu meio há um aumento na habilidade do cérebro em organizar sensações para produzir complexas respostas adaptativas. Este processo é chamado Integração Sensorial. paPortanto a Integração Sensorial refere-se ao processo neural através do qual o cérebro recebe, registra e organiza o input sensorial para uso na generalização das respostas adaptativas do corpo ao meio circundante, começando durante o desenvolvimento pré-natal. Os inputs vestibular e somatosensoriais têm um papel vital na criação de modelos precisos do corpo para o controle postural necessário à orientação corporal em relação à gravidade e ao meio.
O processo de feedback sensorial produzido pelo movimento permite adaptação de ações motoras às mudanças das demandas do meio e das tarefas e facilita a aprendizagem motora, assim como componentes de aprendizagem perceptual e cognitiva. Ayres propôs que uma adequada integração sensorial não é apenas a base da aprendizagem mas também a base da aprendizagem e do desenvolvimento emocional. Ela coloca que esta emoção é uma função do sistema nervoso, e que processar e integrar sensações para produzir respostas é básico para o crescimento emocional. Portanto, integração saudável e respostas aos inputs sensoriais foram também associados ao desenvolvimento e organização da ligação entre pais e criança, desenvolvimento social, autoconceito e auto-regulação.
Guiados pelo trabalho pioneiro de A. Jean Ayres, terapeutas ocupacionais desenvolveram contribuições e estratégias de tratamento para trabalhar com disfunções da integração sensorial em crianças de idade escolar desde o início dos anos 70. No entanto, com o aumento do conhecimento dos terapeutas sobre os sinais de problemas integrativos e com as novas contribuições que foram desenvolvidas que esclarecem os componentes do processo sensorial e da organização motora, a identificação de desordens da integração sensorial em idades muito precoces tornou-se possível.
Muito foi aprendido sobre os sinais precoces de problemas nos processos sensoriais entrevistando as famílias de crianças mais velhas com desordens de integração sensorial acerca do seu desenvolvimento. Muitas dessas famílias contam que eles observavam que estes problemas estavam presentes desde o nascimento. Por exemplo, seus recém-nascidos tinham dificuldades com as demandas motoras orais e experiências corporais básicas, tais como subir numa cadeira ou descer uma escada após tê-la subido de joelhos. Além disso, a criança pode não ser capaz de formular sinais corporais apropriados ou gesticular para comunicar desejos de carinho, comida ou brinquedo favorito. Aos 2 ou 3 anos de idade a criança pode apresentar problemas de evacuação ou dificuldades em adquirir habilidades simples de cuidado diário, tais como se vestir peças de roupa, sapatos e casacos. Preensão inadequada de brinquedos ou outros objetos ou o uso contínuo e repetitivo de comportamentos imaturos de brincar podem ser observados.Em uma criança pouco ativa, o comportamento de "espectador da brincadeira" pode começar a aparecer, com a criança (que se aproxima da idade pré-escolar) evitando os jogos de manipulação de brinquedos ou jogos motores, preferindo atividades mais sedentários, tais como ver televisão ou olhar livros.
Crianças brilhantes podem esconder inadequações de planejamento motor através de jogos de faz-de-conta e ênfase na imaginação e interação social sobre jogos de manipulação de objetos e coordenação global. Um bebê ou criança pequena com disfunção integrativa-sensorial tem sintomas que se imaginam refletir uma desordem no processo neural central de input sensorial. Assim como uma desordem pode conduzir a interações desorganizadas e não adaptativas com o meio do qual o feedback sensorial e os modelos de ação interna são produzidos, também pode perpetuar o problema.
O quadro clínico, no entanto, pode variar muito de criança para criança. As diferenças podem ocorrer tanto pela severidade da desordem como pela configuração dos fatores que compõem o quadro individual de cada criança. O processo sensorial disfuncional em algumas crianças pode, em última instância, resultar em dificuldades de aprendizagem, que podem conduzir ao fracasso escolar; em outras crianças, ele pode ser refletido em frustrantes movimentos globais desajeitados ou em constante dificuldade em adquirir habilidades ocupacionais que outras crianças adquirem com facilidade. Desordens funcionais na habilidade para modular as sensações recebidas são também observadas em muitos casos nos quais a criança parece ter hipersensibilidade às experiências sensoriais simples, tais como andar na grama ou descer por um escorregador.
Do mesmo modo, a criança pode falhar em se orientar na presença de inputs sensoriais desconhecidos, tais como um golpe de ar atrás do pescoço, a presença de um novo e colorido brinquedo ou uma nova pessoa entrando na sala.
 
- CONCEITOS BÁSICOS Ayres enfatiza a importância dos sistemas tátil e vestibular-proprioceptivo como sistema de unificação, cuja operação eficiente promove o desenvolvimento geral de comportamentos. Duas desordens de modulação sensorial comumente mencionadas, a insegurança gravitacional e a hipersensibilidade tátil, parecem ter conseqüências emocionais. Segurança gravitacional é vital para a segurança emocional . A criança precisa desenvolver a "crença de que está firmemente conectada à terra e que ela terá sempre um lugar seguro para estar em pé" para que possa, de certa forma, mover-se no mundo. Para este fim, a criança é levada a uma "viagem interna" para explorar e dominar a gravidade e ela internaliza esta habilidade motora. Crianças que têm insegurança gravitacional, que é definida como uma intensa ansiedade e angústia em resposta a movimento ou à mudança de posição da cabeça, experimentam uma sensação de ameaça quando são solicitadas a se mover. A criança prefere estar em contato físico com uma base segura a entrar em brincadeiras que envolvam movimento.
Outro exemplo de hipersensibilidade ao input sensorial que pode ter implicações sócio-emocionais é a "defesa tátil", que é definida como uma reação aversiva ao toque. Experiências sensoriomotoras naturais que ocorrem na vida de uma criança pequena, tais como cócegas e batidas, podem assumir significados negativos ao invés dos significados afetivos positivos que seriam esperados.Como os sistemas somatosensorial , vestibular-proprioceptivos e praxia trabalhando juntos e efetivamente, a criança aprende que é um indivíduo distinto e único, podendo começar a tomar o comando emocional de sua vida. A percepção das sensações do corpo permitem à criança se mover livre e efetivamente, sem associações afetivas negativas durante sua interação com o mundo.
 
 - SISTEMA VESTIBULAR-PROPRIOCEPTIVO
As funções do sistema vestibular :- Dá consciência e apreciação da posição da cabeça no espaço guiando o inter-relacionamento com o mundo externo.
- Equilíbrio - o equilíbrio é uma função combinada dos sistemas visual, tátil, proprioceptivo e vestibular através dos tratos vestibuloespinhal e cerebelar.- Direciona o olhar através de movimentos compensatórios dos olhos em resposta à movimentação da cabeça; preserva um plano constante de visão através do controle da posição dos olhos.
- Postura - existem muitas conexões entre os mecanismos vestibulares e os tratos eferentes para facilitação do tônus extensor. Contribui para a base neurológica do desenvolvimento da movimentação, orientação e controle e extremidade superior.
- Através de extensivas conexões com a formação reticular e sistema límbico, dá a base para o controle de alerta, atenção e regulação emocional.- Base hipotética do desenvolvimento da coordenação motora bilateral e de funções relacionadas ao planejamento motor ou praxia.- Juntamente com os receptores articulares e musculares, provê a base interna requerida para os mecanismos de "feedforward" do controle motor.
As funções da propriocepção:- Fuso muscular, receptores dos tendões, vestibular contribuem mais para propriocepção consciente.
- Propriocepção é uma função das terminações aferentes dos músculos e tendões que sentem com quanta força os músculos estão tracionando e a rapidez com que o músculo esta sendo estirado
- propriocepção responde mais à movimentação ativa.
- Esta informação é usada para regular atividade motora em andamento e guiar a execução de outras tarefas motoras no futuro
- Modelos neuranais - memória motora
- esquema corporal.
- Receptores são essenciais para a noção de posição dos membros, essencial no controle da movimentação fina.
- Propriocepção faz a conexão entre o impulso límbico e a execução motora.
 
 - SISTEMA SOMATOSENSORIAL
A percepção somatosensorial envolve tanto exterocepção quanto a propriocepção.
Exterocepção envolve sensação de tato, pressão, dor e temperatura através dos receptores da pele.
Propriocepção- sensação de posição e movimento via receptores dos músculos, tendões e articulações.Contribuição para o controle motor:
- Todas as ações motoras, tanto automáticas quanto voluntárias, dependem de processamento somatosensorial adequado.
- Tônus muscular adequado e coordenação motora dependem de estímulo proprioceptivo.- Estímulo somatonsorial contribui para o desenvolvimento do esquema corporal.
- Processamento somatosensorial contribui para o desenvolvimento das praxias.
 
 - PRAXI
A habilidade humana que requer esforço consciente, envolvendo a capacidade do cérebro para conceituar, organizar, e dirigir interações com sentido no meio ambiente.
 
- CONCEPÇÕES BÁSICAS DA ORGANIZAÇÃO DO SNC NA INTEGRAÇÃO SENSORIAL
Esta teoria coloca que o tronco cerebral é a primeira área de integração e mais tarde, continua tendo o papel principal na integração sensorial.As estruturas de principal interesse no tronco cerebral incluem o tálamo (grande integrador do cérebro), o núcleo vestibular e suas conexões e a formação reticular.
O cerebelo tem um papel importante na integração sensorial porque processa os estímulos relativos à gravidade e movimento. A importância de outras estruturas do sistema nervoso central é reconhecida. O sistema límbico foi identificado pela sua associação com a excitação simpática, que resulta na resposta de sobrevivência geralmente vista em pessoas que apresentam defensibilidade sensorial.
O córtex cerebral é também importante para a base teórica da integração sensorial por causa de sua contribuição com a práxis, principalmente na áreas de planejamento ou da compreensão que a pessoa tem sobre a necessidade do movimento. O sistema nervoso central (SNC) como um todo e a integração entre todos os seus sistemas são considerados no quadro de referência da integração sensorial.São 6 concepções básicas da organização do SNC na integração sensorial:1. O sistema nervoso central é hierarquicamente organizado. O processo cortical depende da adequada organização dos estímulos recebidos pelas áreas inferiores do cérebro. Filogeneticamente, conforme o cérebro se desenvolve, as estruturas mais novas e mais altas, como o córtex cerebral, permanecem interconectadas e dependem do adequado funcionamento das estruturas mais antigas e mais baixas do cérebro. As integrações do estímulo sensoriais proveniente dos centros inferiores do cérebro atingem os centros superiores ou corticais para processar a informação mais completa e especializada.
2. Um registro significativo do estímulo deve ocorrer antes que o SNC possa dar uma resposta a ele e, ainda, permite que uma função mais alta ocorra. O registro do estímulo sensorial precisa ocorrer para sinalizar na direção de uma mudança no meio, e deve ser significativo para alertar a pessoa.
3. O cérebro é organizado, de maneira inata, a fim de programar a pessoa para selecionar a estimulação que é organizadora ou benéfica para ele. Dar uma resposta adaptativa reforça a integração nos sistemas sensoriais. As crianças naturalmente selecionam ou se envolvem em atividades que promovem a integração sensorial. Isso é referido como o caminho natural da integração sensorial. Por exemplo, pular, subir e cair, atividades verificadas em crianças de dois anos estão relacionadas ao entendimento inicial da gravidade. Nesta idade a criança tem necessidade de experimentar sua habilidade de mover-se contra a gravidade. Mesmo adultos selecionam atividades que lhe dêem uma "dieta sensorial" balanceada. Se trabalhamos numa mesa, podemos escolher esquiar, correr ou fazer aeróbica para nos fazer "sentir melhor"
.4. O estímulo de um sistema sensorial pode facilitar ou inibir a condição de todo o organismo. Estímulo de qualquer sistema influencia todos os demais, assim tendo o organismo como um todo. Em outras palavras, facilitação e inibição de um sistema específico não têm como ocorrer com um sistema isolado, mas também pode ser alcançado através da influência da inibição e facilitação de outros sistemas sensoriais. Esta poderosa afirmação dá a base para o terapeuta ocupacional tratar a disfunção de um sistema sensorial através da intervenção em outro sistema. Também demonstra a vasta conecção entre função e estrutura do SNC.
5. Há plasticidade no Sistema Nervoso Central. O processo e a estrutura do cérebro podem ser modificados para melhorar a função. Utilizando a teoria da integração sensorial, a intervenção é dirigida aos sistemas sensoriais e níveis de suporte funcional para facilitar mudanças na habilidade da criança em produzir uma resposta adaptativa. Em muitos casos, esta mudança é permanente e reflete uma diferença de processo que não pode ser atribuída exclusivamente à aprendizagem. Embora crianças tenham maior plasticidade neural, a experiência mostrou que mudanças podem ocorrer também na vida adulta
.6. O desenvolvimento humano normal acontece seqüencialmente. A teoria da integração sensorial é baseada no entendimento da seqüência do desenvolvimento humano e no entendimento das respostas adaptativas que a criança é capaz de dar a cada nível etário. Se a modulação do sistema sensorial e as capacidades de suporte funcional não estão integradas, então as respostas adaptativas não atingirão um nível ótimo. Habilidades isoladas desenvolvidas a partir de uma necessidade específica tendem a não se generalizar para outras situações. A teoria da integração sensorial se volta para o desenvolvimento de integração, não para o ensino de habilidades isoladas.Funções integrativas sensoriaisOs cinco sistemas sensoriais (auditivo, visual, vestibular, proprioceptivo e táctil) dão as bases para o desenvolvimento das capacidades funcionais básicas que permitirão o desenvolvimento de habilidades mais complexas.Modulação do sistema sensoria
lA forma como os sistemas sensoriais processam o estímulo afetam a qualidade da capacidade da criança responder de maneira adaptativa.No Sistema Nervoso Autônomo (SNA) uma excitação moderada resulta em uma resposta adaptativa ótima, enquanto que uma excitação alta resulta em desorganização do comportamento e, eventualmente, ansiedade e resposta emocionais negativas. O ponto chave, geralmente percebido pelos profissionais de saúde é que a excitação inicia uma resposta simpática ("lute ou paralise"). Esta reação é a resposta primária de sobrevivência do organismo.
Quando a excitação se torna muito alta, o corpo responde com uma ação forte de sobrevivência. Se não é possível lutar o paralisar, a excitação não se dissipa facilmente, causando stress, ansiedade e dificuldade em completar outras respostas adaptativas.Pessoas que têm problemas de modulação do sistema sensorial têm mais alterações na excitação ou níveis de reações maiores do que o normal. Isto resulta em problemas com a resposta adaptativa porque os sistemas ficam instáveis.A modulação do sistema sensorial é influenciada pela dieta sensorial da criança. A dieta sensorial é a necessidade essencial, mas mutável, de todos os seres humanos de terem uma ótima quantidade de sensações organizadoras e integrativas sendo registradas pelo Sistema Nervoso Central durante todo o tempo. A dieta sensorial é a acumulação de total de estímulos sensoriais da criança e seus efeitos. Em crianças normais a dieta sensorial age como a única força moduladora externa que o sistema nervoso precisa em circunstâncias normais . Normalmente a criança seleciona uma variedade de estímulos sensoriais para manter os níveis normais de produção.Geralmente a modulação do Sistema Sensorial flutua dentro de uma variação normal. Crianças que têm problemas de modulação do sistema sensorial apresentam uma variação de resposta muito maior que o normal.
Algumas crianças podem reagir de maneira perigosa, de uma superexcitação para um "apagar" psicológico.O "apagar" parece ser uma resposta do SNA que pode resultar em irregularidades respiratórias e cardíacas e alterações da pressão do sangue que podem produzir queda da consciência e choque. "Apagar" resulta de severas superexcitações as quais o sistema nervoso não pode responder de modo normal. Outras crianças podem experimentar uma variação perigosa no tipo de reação, que também é pouco adaptativa e ir rapidamente de hiperexcitação para hipoexcitação, mas não "apagar". Acredita-se que esse seja um mecanismo de proteção contra sérias descargas sensoriais.Respostas psicológicas severas são pouco freqüentes mas foram documentadas em pelo menos dois casos. É mais comum uma pessoa severamente sobrecarregada sensorialmente "desligar" os estímulos e parecer hipoexcitada.Quando o tratamento é iniciado com um criança ela pode rapidamente ir para uma hiperexcitação. Como as estratégias de tratamento são diferentes para crianças hipo e hiperexcitáveis, esta variação precisa ser prevista.
Alterações na modulação sensorial geralmente resultam em habilidades insuficientes para usar a informação.Algumas alterações decorrentes de problemas na modulação sensorial:- defensibilidade táctil-
defensibilidade auditiva-
insegurança gravitacional
- inquietação motora
- defensibilidade oral- defensibilidade olfatória
- desordem do déficit de atençãoCapacidades funcionais de suporte: são aquelas que ajudam na integração e modulação do input sensorial a partir da excitação dos componentes do sistemas sensorial:- sugar/engolir/respirar
- discriminação táctil-
outras habilidades de discriminação (dos demais sistemas sensoriais)
- co-contração (contração simultânea dos agonistas e antagonistas estabilizando as articulações)
- tônus muscular
- propriocepção
- equilíbrio
- reflexos
- lateralização (dominância lateral)
- integração bilateral
Habilidades produto final: refletem a integração dos níveis de modulação do sistema sensorial e das capacidades funcionais de suporte.
Produtos finais:
- Praxias
- Percepção de forma e espaço
- Comportamento
- Aprendizagem acadêmica
- Linguagem e fala articulada
- Tônus emocional- Nível de atividade
- Domínio sobre o meioPostulados:
1. se a intervenção envolve muitos sistemas sensoriais e requer integração intersensorial, então será mais efetiva para o obtenção de uma resposta adaptativa.
2. se o terapeuta provê uma situação na qual a criança pode agir sobre o meio, então a criança estará em situação mais favorável para produzir respostas adaptativas.
3. se a criança é auto-dirigida durante a terapia ela estará "auto-alimentando" seus sistemas sensoriais.
4. se o terapeuta provê uma situação que requer uma resposta adaptativa que é apropriada ao momento de desenvolvimento, então a resposta adaptativa será efetiva para promover o desenvolvimento.
5. se o terapeuta provê a criança com um senso de segurança emocional, então a criança estará mais disponível para se engajar ativamente no processo terapêutico.
6. se o terapeuta provê a criança com feedback constante durante a sessão terapêutica, então a criança ganhará um bom entendimento do que está fazendo.
7. se o terapeuta provê atividades que envolvam mudanças controladas e variedade, então a criança estará mais disponível a apresentar uma resposta adaptativa do que a apresentar uma resposta aprendida.
8. se a criança é pouco reativa, então o input sensorial pode ter que ser de grande intensidade e duração para produzir uma resposta adaptativa adequada.
9. se a criança é hiper-reativa, então as respostas adaptativas refletirão mais necessidades de sobrevivência e não integração; isto é, o input do sistema sensorial que deverá ser modificado para que a criança tenha respostas adaptativas adequadas.
10. se o imput sensorial é dado a um sistema, ele influenciará todos os sistemas porque eles são interdependentes.
11. se a dieta sensorial da criança é modificada, então a modulação do sistema sensorial será mais possível de ocorrer.
12. se o nível de modulação do sistema sensorial é normalizado, então as capacidades funcionais de suporte, as habilidades e o produto-final serão facilitados.
13. se o terapeuta encoraja a criança a verbalizar o que ele está fazendo durante a sessão terapêutica, então ela terá maiores possibilidades de construir os processos mentais.14. se a criança está construindo planejamentos motores, então ela poderá ter maior iniciativa no processo de respostas adaptativas.
 
 - APLICAÇÃO À PRÁTICA
Neste quadro de referência o objetivo não é ensinar habilidades, mas facilitar respostas adaptativas físicas e emocionais apropriadas.A intervenção é baseada no conhecimento que o terapeuta tem a respeito do nível de desenvolvimento da criança.
1 - A terapia é um processo dinâmico que envolve tanto ciência quanto arte.
A ciência da terapia parte da compreensão da teoria de nosso conhecimento de como essa teoria se aplica ao cliente em particular.
A arte da terapia depende da nossa experiência clínica, nossas habilidades de observação e comunicação e da nossa intuição.A orquestração de cada sessão de terapia é uma arte onde as decisões sobre onde e quando começa a intervenção - considerando o desempenho funcional. Fazer o ajuste habilidoso das atividades de forma que elas promovam o desafio "na medida certa". Criando atividades que "puxem" o sentido interno da criança promovendo auto-direção e crescimento
.2 - O ambiente terapêutico inclui o espaço, as pessoas, os objetos e o componente emocional.
O ambiente deve oferecer segurança emocional pois a criança se apega à terapeuta por que se sente aceita e amada. Ele também deve ser positivo e recompensador, deve excluir a necessidade de punição, repressão e outras emoções negativas.O ambiente deve oferecer segurança física para que a criança possa confiar que ela não vai se machucar nas atividades. O espaço deve ser apropriado e suficiente para proporcionar movimentos amplos, corridas, atividades de pular, escalar, além de objetos e instrumentos de trabalho como bolas terapêuticas, colchonetes, bancos, sistemas de suspensão como balanço, redes, etc.
3 - Componentes das atividades terapêuticas e do sucesso.A criança precisa agir sobre o meio para produzir respostas adaptativas, desta forma, o terapeuta deve se colocar num papel de "brincalhão" e se envolver como um parceiro nas atividades do tratamento, encorajando uma série de atividades e explorações, raramente repetindo uma atividade.
4 - Sequenciando as sessões de terapiaO terapeuta deve abordar as necessidades sensoriais baseando-se na pesquisa, avaliação e observação. Ele também deve preparar o sistema nervoso aumentando ou reduzindo o nível de alerta, assim como tônus muscular e consciência sensorial, utilizando atividades que envolvam estímulos sensoriais (táctil, vestibular, proprioceptivo).Deve utilizar atividades que promovam respostas adaptativas ao nível do desafio "na medida certa". A criança deve ser ativa, ajudando a mover os equipamentos e iniciando a interação com os mesmos, ao passo que o terapeuta deve introduzir na atividade elementos que promovam respostas adaptativas. Esteja sempre atento para garantir o sucesso, mas não fique interrompendo a atividade com interações físicas ou verbais.
5 - Graduando atividadesModificar uma atividade geralmente é mais apropriado que trocar de atividade. Escolha e planeje atividades que sejam flexíveis e que permitam modificação/graduação. O nível do desafio deve ser balanceado de acordo com as habilidades da criança. Deve-se variar os requerimentos motores como por exemplo, alternar entre contração e relaxamento de grupos musculares. Deve-se variar também a complexidade da tarefa.
Texto escrito por: Barbara Cristina Mello, Maria Carolina Vitta Nunes, Luciana Vieira de Melo
Por Fernanda Azevedo Gomes-Blog Educadora Especial

Perseverança...

 
Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir. Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.

Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.

Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia de novo.
 
Ana Jácomo

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Estimulação visual e Natação..

Novamente fomos a Rio Claro no Centro de Habilitação Princesa Vitória, para estimulação visual.. Matheus colaborou um pouquinho quanto aos choros, mas não estava afim de exercícios..
Foi avaliado pela fisioterapeuta, a tia P., que nos orientou colocá-lo na piscina pra ver se o Reflexo de Moro que ele tem diminui ou desaparece, senão será dificil ele sentar, pois tem medo de cair.
A tia S. Fez estimulação com brinquedos coloridos e com iluminação na sala escura, mas Matheus respondeu pouco às estimulações. Acho que realmente ele não estava afim.
Á tarde tivemos o 1º dia de natação, e se comportou bem, pois chorou menos do que pensamos que fosse chorar, fez os exercícios na água com ajuda do papai.
Acho que agora estamos com  com as estimulações completas.. é só fazer, fazer, fazer, e esperar os resultados que são a longo prazo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Tempo das coisas...

Poderíamos, com mais frequência, tentar deixar a vida em paz para desembrulhar suas flores no tempo dela, no tempo delas, e, em alguns momentos, nem desembrulhar. Apesar da nossa cuidadosa aposta nas sementes, algumas simplesmente não vingam e isso não significa que a vida, por algum motivo, está se vingando de nós. Há muito mais jardim para ser desembrulhado.
Poderíamos, mais vezes, tentar respeitar os dias e as noites das coisas, os sóis e as luas de cada uma, os amanheceres, os entardeceres, as madrugadas, a sabedoria reparadora e tecelã dos intervalos, as estações todas com seus jeitos todos de dizer. Percebermos, mais vezes, a partir da nossa própria experiência humana, que tudo o que vive, queira ou não, está submetido à inteligência natural e engenhosa das fases. Dos ciclos. Da permanente impermanência. Da mudança.

Poderíamos, amiúde, tentar desviar nossa atenção do relógio perigoso da expectativa, geralmente adiantado demais. Aquele tal cuja velocidade transtornada dos ponteiros costuma apontar para o tamanho e a urgência das nossas carências. Para a necessidade de preenchimento imediato e contínuo do que chamamos de vazio, às vezes porque é, às vezes por falta de palavra melhor. Aquele tal relógio que geralmente só antecipa frustração e atrasa sossego. Aquele tal que costuma só fomentar dificuldades e alimentar fomes.
Mas, não. A crisálida ainda está se acostumando com a ideia de ser borboleta e já queremos que voe. A flor ainda é botão e, em vez de apreciá-la como botão, ficamos apressados para vê-la desabrochada. O fruto ainda precisa amadurecer, mas o arrancamos, verde, do pé, por mera ansiedade. Ainda é a vez do tempo estar vestido de noite, mas queremos que se troque rapidinho para vestir-se de manhã.
Nossa impaciência, nossa pressa àvida pelo resultado das coisas do jeito que queremos, no tempo que queremos, geralmente altera o sábio fluxo do tempo da vida e o desdobramento costuma não ser lá muito agradável. Não é raro, nós o atribuímos à má sorte, ao carma, ao mau-olhado. Não é raro, culpamos Deus, os outros, os astros, os antepassados. Não é raro, é claro, nós ainda nos achamos cobertos de razão.

É fácil lidar com isso? Não é não. Nem um pouco. Esse é um dos capítulos mais difíceis do livro-texto e do caderno de exercícios: o aprendizado do respeito ao sábio tempo das coisas.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um dia muito diferente....

Hoje um dia sem muito choro, ou melhor sem nada de choro. Matheus tinha fono, TO e fisioterapia, e se comportou bonitinho... sem maiores gritos ou choramingos.
Conversando com a Tia M., ela disse estar na hora de  adquirir um parapódio pro Matheus, pois já fará 1 aninho e os resultados obtidos em outras crianças são satisfatórios quanto a sustentação do tronco, cabeça e pernas sem deixar de lado a postura.
Tia T. também ficou de fazer o pedido das órteses de pernas ( prevenção do pé equino) e mãos( adutores do polegar), Matheus fica muito com o polegar fechado, precisa abrí-lo prá que possa pegar os objetos. Estamos ansiosos esperando o orçamento para podermos dar andamento na compra desses novos equipamentos.
Hoje também seria um dia de surpresas se o papai do Matheus não tivesse ficado gripado... Conseguimos colocar o Matheus na natação, mas hoje não foi o primeiro dia, vamos ver se quarta feira tudo da certo.
Como sempre não se deixa levar pelo sono, briga bastante com ele até se desgastar, não dormiu a tarde toda, nem um coxilinho, mas como sempre na hora do jantar...... abre a bocona de leão..... dorme com comida na boca. Tomara que venham outros dias como este...... foi gostoso fazer todas as terapias sem choros....

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pessoas especiais....


Meu grande amigo!!!






Papai e mamãe....




Anjos..... Vô Armando e Vó Verônica





Vó Rita




Bisa Cecília....



Papai e Arthur



Tia Amanda...


Enfim, são pessoas especiais que nos ajudam no que podem na assistência ao nosso grande presente..
Somos gratos pela linda família que conquistamos...
Que Deus nos dê sabedoria e força pra alcançar-mos nossos objetivos traçados, no tempo dele é claro!!!



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um mundo diferente...

Após passados os dias de fúria, desespero e muita dor pelo acontecimento com meu filho, entrei numa depressão e tanto,necessitei de mais um tempo prá raciocinar, demorei prá aceitar que tudo aquilo era comigo que estava acontecendo... e com o tempo fui digerindo a idéia e aprendendo a lidar com Matheus, onde as coisas foram amenizando, enfim, respirei fundo e... bola prá frente... Nosso presente está vivo e precisa de cuidados...
Corremos atras de um neuropediatra para nos guiar... encontramos cada um... afffff, melhor nem dizer...
Enfim nos acertamos com a neuro da APAE da nossa cidade, que o encaminhou para estimulação precoce da APAE, é formado pela fisioterapeuta, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional. Necessitamos também de uma médica gastropediatra para nos orientar quanto a dificuldade de deglutição que Matheus tem e quanto ao Refluxo-gastroesofágico.
Enfim... time completo prá luta começar... ou simplesmente continuar....
Hoje Matheus faz 4 vezes por semana de fisioterapia, 1 vez de terapia ocupacional e 1 vez fonoaudiologa. Estamos tentando colocá-lo na piscina...que horas.. eu não sei.... !!!
Acho que nosso dia deveria ter mais horas.....

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Oi!!!! Eu sou o Matheus!!!

ASSIM QUE NASCI...




COM 1 MÊS.....




COM 2 MESES.....



Nessa eu estava careca..... que delícia..... tava calor demais.....

 


COM 3 MESES....


No colinho do papai!!!!!


COM 4 MESES...



Fazendo um pouco de exercício....

COM 5 MESES...





Com 6 meses...





Com 7 meses.....

Adoro fazer poses prá dormir!!!!!

Com 8 meses....




De cabelos lisos.......

Com 9 meses...




Com 10 meses...



Quase um sorriso.....

Com 11 meses...




terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Olha como sou lindo!!!!!!



Agora já estou em casa com mamãe, papai e meu irmãozinho Arthur.....

Minhas primeiras fotos...

O primeiro dia em que te peguei no colo..... só emoção!!!!!
Parecia estar entendendo tudo o que eu falava....



Nessas fotos Matheus já havia saído da UTI, estávamos no hospital de nossa cidade, onde pudemos ver a felicidade do nosso outro filho Arthur em conhecer o irmãozinho...



Conheçam nosso Rei Arthur!!!!



São preciosidades em nossas vidas!!!!!

QUANDO TUDO COMEÇOU.....

Matheus nasceu no dia 22 de Fevereiro de 2010, na cidade de Leme, interior de São Paulo, em morte aparente,após tentativa de um parto normal mal sucedido com analgesia, sendo feito cesárea de urgência logo após, necessitou de manobras de reanimação,realizadas pela Dra. F., nosso anjo desde então. Matheus permaneceu 12 dias em UTi, para cuidados intensivos e mais 8 dias para cuidados paleativos no quarto.. Conseguimos trazer nosso grande presente prá casa após 20 dias...
Depois de todo o pesadelo ter passado, soubemos que Matheus ficou com várias lesões cerebrais, chamadas Leucomálácia Periventricular Bilateral.
Nossa história começa aqui...
Uma luta diária contra o tempo... pois como digo desde o inicio... Matheus não foi a criança que esperamos por quase 40 semanas, mas foi a criança que recebemos. E acreditamos que tudo nessa vida há um propósito... e com certeza Matheus tem um grande propósito prá estar com a gente...
As primeiras fotos que temos do nosso grande presente.....







LEUCOMALÁCIA PERIVENTRICULAR



É um tipo de lesão cerebral que afecta recém-nascidos. Os ventrículos cerebrais são câmaras cheias de líquido. LPV é o enfraquecimento/isquemia do tecido cerebral ao redor dos ventrículos. Isso ocorre porque o tecido cerebral é ferido ou morto. Ela pode ser causada pela falta de fornecimento de sangue para o tecido, antes, durante e após o nascimento. É muito difícil dizer quando isso acontece. LPV é associado com HIV (hemorragia intraventricular).

Causas e Fatores de Risco


Acredita-se que uma das principais causas desta condição são as mudanças no fluxo sanguíneo para a área ao redor dos ventrículos do cérebro, uma área frágil e propensa a lesões, especialmente antes de 32 semanas de gestação.
Quanto mais prematuro o bebê é, maior o risco de desenvolver esta doença.
Os bebês prematuros que têm hemorragia intraventricular (HIV) também estão em maior risco de desenvolver esta condição.

 

Sinais e exames:

Os testes utilizados para diagnosticar LPV incluir um ultra-som e ressonância magnética da cabeça.

Tratamento

Não existe tratamento para LPV.

Expectativas (prognóstico)

LPV é frequentemente associada com problemas neurológicos e de desenvolvimento em bebês , geralmente durante o primeiro ano de vida. Esta condição pode levar à paralisia cerebral, especialmente espasticidade (rigidez ou aumento do tônus muscular) nas pernas.
Bebês com LPV correm o risco de sérios problemas neurológicos, especialmente aqueles que envolvem movimentos como sentar, engatinhar, andar e mover os braços, porque esses bebes podem necessitar de fisioterapia.
Leucomalácia pode levar a problemas tanto de desenvolvimento físico como cognitivo( defict visual, auditivo, e na fala). Contudo, a gravidade desses problemas varia. Em alguns casos leves, a leucomalácia periventricular foi detectado em exames de imagem, mas não apresentavam sintomas. Neste caso, o bebê ainda necessidade de avaliações periódicas para detectar qualquer sinal de problemas. Nos casos mais graves, a LPV pode causar, paralisia cerebral ou outras formas graves de atrasos físico e cognitivol. Só o tempo dirá quão grave deficiência da criança. Uma criança com diagnóstico de LPV deve ser regularmente avaliada por um especialista em neuropediatria. Isto pode ajudar a detectar problemas mais cedo para que você e seu bebê pode obter ajuda rapidamente.

Um bebê a que foi diagnosticado com LPV deve ser acompanhado por um pediatra ou neurologista pediatra.



LPV é muito mais comum em lactentes prematuros que nos lactentes nascidos a termo.